domingo, 19 de agosto de 2007

Wise Up - Aimee Mann

Uff! Que susto...

Durante uns dias fiquei sem o meu blog...nunca pensei que ficasse tão triste...

Já que felizmente o consegui recuperar, aproveito para agradecer os "comentários" ...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Morre Lentamente


Morre lentamente,
quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.

Morre lentamente,
quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente ,
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente,
quem faz da televisão o seu guru.

Morre lentamente,
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e
os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.

Morre lentamente,
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.

Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.

Morre lentamente,
quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece,
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.

Pablo Neruda

domingo, 12 de agosto de 2007

O Principezinho


"- Não posso brincar contigo - disse a raposa.
- Ainda não me cativaste...
- O que significa cativar?
- É uma coisa de que toda a gente se esqueceu - disse a raposa
- Significa "criar laços".- Laços?
- Sim, laços - disse a raposa. - Ora vê: por enquanto, para mim, tu não és senão um rapazinho perfeitamente igual a outros cem mil rapazinhos. E eu não preciso de ti. E tu também não precisas de mim. Por enquanto, para ti, eu não sou senão uma raposa igual a outras cem mil raposas. Mas, se tu me cativares, passamos a precisar um do outro. Passas a ser único no mundo para mim. E, para ti, eu também passo a ser única no mundo...
(...)
- Tenho uma vida terrivelmente monótona. Eu, caço galinhas e os homens, caçam-me a mim. As galinhas são todas iguais umas às outras e os homens são todos iguais uns aos outros. Por isso, às vezes, aborreço-me um bocado. Mas, se tu me cativares, a minha vida fica cheia de Sol.
(...)
Então, quando tu me cativares, vai ser maravilhoso! Como o trigo é dourado, há-de fazer-me lembrar de ti. E hei-de gostar do barulho do vento a bater no trigo...
A raposa calou-se e ficou a olhar durante muito tempo para o principezinho.
- Por favor... cativa-me! - acabou finalmente por dizer.
- Eu bem gostava - respondeu o principezinho - mas não tenho muito tempo. Tenho amigos para descobrir e uma data de coisas para conhecer...
- Só conhecemos as coisas que cativamos - disse a raposa. - Os homens, agora, já não têm tempo para conhecer nada. Compram as coisas já feitas aos mercadores. Mas como não há mercadores de amigos, os homens já não têm amigos. Se queres um amigo, cativa-me!
- E o que é que é preciso fazer? - perguntou o principezinho.
- É preciso ter muita paciência. Primeiro, sentas-te um bocadinho afastado de mim, assim em cima da relva. Eu olho para ti pelo canto do olho e tu não dizes nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas todos os dias te podes sentar um bocadinho mais perto...
O principezinho voltou no dia seguinte.
- Era melhor teres vindo à mesma hora - disse a raposa. Se vieres, por exemplo, às quatro horas, às três, já eu começo a ser feliz. E quanto mais perto for da hora, mais feliz me sentirei. Às quatro em ponto já hei-de estar toda agitada e inquieta: é o preço da felicidade! Mas se chegares a uma hora qualquer, eu nunca saberei a que horas é que hei-de começar a arranjar o meu coração, a vesti-lo, a pô-lo bonito... São precisos rituais.
(...)
Foi assim que o pricipezinho cativou a raposa. E quando chegou a hora da despedida:
- Ai! - exclamou a raposa - Ai que me vou pôr a chorar...
- A culpa é tua - disse o principezinho. - Eu bem não queria que te acontecesse mal nenhum, mas tu quiseste que eu te cativasse...
- Pois quis - disse a raposa.
- Mas agora vais-te pôr a chorar! - disse o principezinho.
- Pois vou - disse a raposa.
- Então não ganhaste nada com isso!
- Ai isso é que ganhei! - disse a raposa. - Por causa da cor do trigo...
- Anda, vai ver outra vez as rosas. Vais perceber que a tua é única no mundo. Quando vieres ter comigo, dou-te um presente de despedida: conto-te um segredo.
(...)
- Adeus...
- Adeus - disse a raposa. - Vou-te contar o tal segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos...
- O essencial é invisível para os olhos - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer.
- Foi o tempo que tu perdeste com a tua rosa que tornou a tua rosa tão importante.

- Os homens já se esqueceram desta verdade - disse a raposa. - Mas tu não te deves esquecer dela. Ficas responsável para todo o sempre por aquilo que cativares. Tu és responsável pela tua rosa...
- Sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, para nunca mais se esquecer."
Antoine de Saint-Exupéry

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

E agora uma História...


Um fazendeiro, que lutava com muitas dificuldades possuía alguns cavalos para ajudar nos trabalhos na sua pequena fazenda. Um dia, um dos empregados trouxe-lhe a notícia de que um dos cavalos tinha caído num velho poço abandonado. O poço era muito fundo e seria extremamente difícil tirar o cavalo de lá.
O fazendeiro foi rapidamente até o local do acidente, avaliou a situação certificando-se que o animal não estava ferido. Mas, pela dificuldade e alto custo da operação de salvamento do fundo do poço, achou que não valeria a pena investir. Tomou então a difícil decisão: determinou ao empregado que sacrificasse o animal, atirando terra ao poço até o enterrar por completo.
E assim foi feito: Os empregados começaram a lançar terra para dentro do buraco de forma a cobrir o cavalo... Mas, à medida que a terra caía no seu dorso, o animal sacudia e ela ia acumulando-se no fundo, permitindo ao cavalo ir subindo. Logo os homens perceberam que o cavalo não se deixava enterrar. Pelo contrário, ele ia subindo ao mesmo tempo que a terra enchia o poço até que, finalmente, conseguiu sair.

Moral da História: Não há nada como reagir...podemos nem sempre conseguir evitar os buracos, mas ao menos devemos tentar sair deles!

domingo, 5 de agosto de 2007


É muito difícil que algo seja mau sob todas as perspectivas.
Dalai Lama